
Amantes, James Gray (2008)
Gray ficou conhecido por seus filmes policiais, mas em é Amantes que sua perseguição pela noite se concretiza como um cinema de disparos. E não sobra pedra sobre pedra. Joaquin Phoenix um monstro.

Amantes constantes, Philippe Garrel (2005)
Vi o filmes algumas vezes e ainda não se mais me impressiona o sonho ou o impacto do real. Acho que no final o que fica é aquela imagem de desolação, de jovens que vão às ruas fazer história antes mesmo de aprender a amar.

Amor à flor da pele, Wong Kar-Wai (2000)
Um filme sobre cores e dores. Vi várias vezes e ainda não sei até onde a ficção serve à vontade dos protagonistas. Independente das brincadeiras visuais e de enredo, ainda me emociona o que filme tem de mais direto: a paixão de duas pessoas.

Café Lumière, Hou Hsiau-Hsien (2003)
Um blog preguiçoso me avisava: não acontece nada nesse filme. Realmente, nada acontece aqui. Talvez porque este não seja um filme sobre ação, mas sobre a sua ausência. Café Lumière é um filme de espaços e ambientes. E, claro, sobre o efeito fantasmagórico que nasce do cotidiano.

Cidade dos sonhos, David Lynch (2001)
Lynch desmonta o cinema para mistificá-lo. Aí fica claro que se trata de um sátira e uma declaração de amor à imersão (por isso há romance, terror, mistério, comédia). E depois de tudo isso ainda sobra uma história de amor das mais doloridas que eu conheço.

Clean, Olivier Assayas (2005)
Assayas menos interessado nas barreiras da língua e da maturidade, e mais interessado no que é essa força que nos distancia uns dos outros.

demonlover, Olivier Assayas (2002)
De novo Assayas, agora atravessando barreiras para nos colocar no centro do caos. O início do século com todas as suas bizarrices, reviravoltas de roteiro, sangue, internet, sexo. Sem julgamento, apenas um olhar curioso pela porta entreaberta.

Elefante, Gus Van Sant (2003)
Já vi Elefante tantas vezes e já escrevi tantas vezes sobre ele, que a essa altura já nem consigo mais dizer o que mais gosto nele. Acredito que seja a vontade de se aproximar de uma passagem da vida como um fenômeno inexplicável. O massacre de Colombine sem análises, apenas cru e imensamente assustador.

Embriagado de amor, Paul Thomas Anderson (2002)
O filme mais imbecil de PTA, por isso o melhor dele. Um longa de muitas cores, sons e coisas se quebrando – e ainda assim não é mais histérico do que Magnólia. E bem que o Adam Sandler podia sempre atuar assim.

Encontros e desencontros, Sofia Coppola (2003)
Um das minhas portas de entrada no cinema. Coppola brincando com o conceito de belo e feio, de velho e novo, de início e fim. Mas é um filme sobre Bill Murray e Scarlett Johansson. E os dois parecem realmente perdidos.

A Espiã, Paul Verhoeven (2008)
Acho Verhoeven um chatão, mas aqui ele ultrapassou todos os maneirismo que me incomodavam nos outros dele. É um filme espetáculo, feito para um público que não espera nada mais do que isso. Acho que foi o Tiago (Superoito) que comentou isso: se estivesse vivo, Hitchcock teria inveja da cena de fuga com o chocolate.

Kill Bill Vol.1, Quentin Tarantino (2003)
É o filme maldito do Tarantino. Onde alguns veem um remendo de outros filmes, eu enxergo a ambição de dialogar com uma cultura, com uma forma diferente de contar a mesma história. E impressionante a preocupação dele com detalhes. A cena final reconstrói uma batalha contra o “principal vilão” só nos focos das mãos, expressões e posições de corpos.

Marcas da violência, David Cronenberg (2005)
Provavelmente as imagens mais dedicadas e precisas de David Cronenberg. Um filme sobre passado e projeção. O plano final está entre os mais bonitos do cinema.

Não estou lá, Todd Haynes (2007)
Menos a homenagem emocional ao homem Bob, e mais a ambição de construir o mito Dylan. Enquanto outros buscaram a verdade, Haynes tentou fortalecer o enigma.

Onde os fracos não tem vez, Joel e Ethan Coen (2007)
Filme de terror. Ou filme sobre a tensão. O faroeste moderno dos irmãos Coen projeta algumas das imagens mais perturbadoras da década. De quebra encontraram em Javier Bardem o vilão mais assustador e imprevisível possível.

Paprika, Satoshi Kon (2006)
Videoclipe desgovernado sobre o que Kon considera o maior patrimônio de um homem: seus sonhos. No caminho: um ótimo filme de ação e uma bela história de amor.

Sobre meninos e lobos, Clint Eastwood (2003)
As ruas e a necessidade de governá-las. Um filme sobre sombras.

Tokyo Sonata, Kiyoshi Kurosawa (2008)
A epopeia do homem moderno. Ok, algo muito melhor do que essa frase simplista que eu escolhi. Na cena final dá pra fechar os olhos e ainda continua sendo cinema.

A viagem de Chihiro, Hayao Miyazaki (2001)
Vi trezentas vezes e ainda não sei do que se trata – minha aposta mais firme seria: um longa sobre o trabalho; e a família; e a amizade; e o amor. O imaginário mais criativo de Miyazaki.

2046, Wong Kar-Wai (2004)
O final de uma história que não conclui nada e não dá sossego ao seu personagem. 2046 é um filme sobre o passado. Sobre homens e suas paixões. O filme mais triste da década.